segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Soči

Quando o rio toma a cor do céu, assume intimidades só desvendadas esporadicamente a quem olha atento esse namoro platónico mas intenso.
São muitos os que vão passando, sem nada ver, vão abstraídos no seu destino.
Soubera eu escrever esta estranha forma de falar e dizer-vos-ia os segredos que esconde.
Falaria de histórias reais, ou talvez não, que vão acontecendo a cada dia que passa.
Ouviria com atenção epopeias de outrora que enaltecem este palmo de terra.
Sentiria o vibrar de gentes que fazem por merecer tudo aquilo a que se propuseram.
Cheiraria todos os odores que vão passando indiferentes ao meu apurado paladar.
Olharia nos olhos as mulheres de olhar verde e sorriria…
… se os olhos verdes são traição, que assim seja, deixem que me traiam pois a sua beleza iguala a mais bela paisagem. Eles impulsionam-me para voos tranquilos, ao som de músicas aleatórias que vão passando sem que tenhamos a noção das horas que passamos a admirá-los.
Não ter horas para coisa nenhuma, torna o tempo desnecessário. Só os sinos que vão tocando de quando em quando nos lembram que ele existe.

José Rios

domingo, 2 de agosto de 2009

Gritos

A melancolia de sons dedilhados à guitarra, contrasta com gritos audíveis por surdos que seguiam distraídos.
São serenatas a quem queremos impressionar. Majestosos ruídos só possíveis por quem faz da vida paixão.

José Rios